No coração da maior cidade da América do Sul, a Sala Vera Helena do Espaço Expositivo República convoca-se a tecelagem e as tramas experimentais para nos lembrar da tessitura silenciosa que tecemos no dia a dia, dentro e fora de nós – como uma metáfora, entretecidos, somos ao mesmo tempo fio da trama e fio do urdume. Tecemos uns aos outros, no ir e vir das relações e encontros que se sucedem, das escolhas, desejos e ansiedades que se cruzam no grande tecido social, cultural, político e religioso que tramamos no tear do mundo. O filosofo Emanuele Coccia no seu livro Metamorfose sugere que vivemos dentro do casulo do mundo, estamos em constante transformação. Tecidos de realidade e ficções a tecelagem e as tramas experimentais são testemunhas dessa longa jornada humana que se reinventa. O fio vai e volta, tecemos arte e vida, os tecelões dessa exposição se perguntam: o que fazemos com a nossa linha da vida? No silêncio do oficio eles vivem as próprias experiências transformadoras, do casulo ao voo de artista.